História

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Itapetininga

"Terra das Escolas - Atenas do Sul"

A primeira povoação surgiu em torno de um antigo pouso de bandeirantes, tropeiros ou negociantes de animais, nas proximidades do rio Itapetininga, nos séculos XVII e XVIII. Seu desenvolvimento começou por volta de 1750. Em cinco de novembro de 1770 o povoado foi erguido em vila – a Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga -, tendo sido, na ocasião levantado o pelourinho. São considerados fundadores da cidade Simão Barbosa Franco e Salvador Oliveira Leme (o Sarutayá) são considerados os fundadores da cidade. A Vila foi elevada à categoria de cidade no dia treze de março de 1855. O município foi criado a primeiro de janeiro de 1771 e, no final do mesmo ano foi instalada a primeira paróquia – a Igreja da Matriz. A partir de então, Itapetininga começou a atrair comerciantes de todos os lugares do país. Não demorou muito para que os japoneses, libaneses, italianos e alemães viessem desfrutar de nossas riquezas, colaborando intensamente para o progresso que hoje se instala.

Itapetininga, nome de origem indígena (tupi-guarani), tem sido alvo de várias traduções, como registram estudiosos de nosso vocábulo, concluindo-se que o significado é pedra enxuta ou lageado seco, assim fundamentado historicamente.

Origem do Nome: O vocábulo Itapetininga tem sua origem na linguagem indígena, especificamente no tronco tupi-guarani. Os estudos filológicos referentes ao nome dado à Itapetininga concluem que pode o mesmo ter três significados diferentes:

Itáapé-tininga => caminho das pedras secas ou caminho seco das pedras;Itape-tininga => pedra chata, laje ou lajeado seco;Itá-pe-tininga => na pedra seca.

A tradução mais correta, porém, na opinião dos filologistas que pesquisaram o vocábulo, é laje seca ou enxuta, sendo Itape uma contração de Itapebe (pedra chata, rasa ou plana) e tininga (seco, seca ou enxuta).

Na opinião de SPOSATTI, "O vocábulo Itapetininga é de origem tupi-guarani, não há e nem pode haver dúvidas a esse respeito. Segundo Teodoro Sampaio, Itapetininga significa pedra enxuta ou laje seca, pois, argumenta, deriva de Itape – corruptela de Itapeva, que significa pedra, laje, e tininga que, por sua vez, significa seca, enxuta".

Nossa história oral também traz um depoimento sobre o nome Itapetininga: Um dos mais antigos comerciantes de Itapetininga, Francisco Weiss (já falecido), que era proprietário da Casa Weiss, informou, outrora, em conversa informa o seguinte: "De acordo com a opinião do historiador Dr. Luiz Macedo, o nome de nossa cidade deveria ser Tapetininga, que significa caminho seco. Dizia isso baseado em documentos de 1700, segundo os quais o governador da época determinou a abertura de um caminho novo para o Sul, que permanecesse sempre seco, em substituição ao antigo, que era constantemente encharcado".

Para Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, itá é uma palavra tupi-guaraní que significa pedra, metal, etc. Pode-se, então, sugerir que o nome de nossa cidade tenha se originado da imagem das pedras encontradas pelos tropeiros às margens do rio, hoje também denominado Itapetininga, onde pernoitavam, a caminho de Sorocaba, para proceder à venda dos muares que negociavam.

Codnome : "Terra das Escolas"; "Atenas do Sul", "Terra da Cultura" e "Terra da Hospitalidade" são cognomes utilizados para caracterizar Itapetininga, sua educação de qualidade, sua localização privilegiada no Sul do Estado, a cultura transmitida por seu povo e a hospitalidade garantida a seus visitantes. Curioso evidenciar que, em 1983, por iniciativa da Câmara do Município, houve uma tentativa de oficialização de nosso cognome. Com tal finalidade, foi realizada, a três de setembro do mesmo ano, por alunos da Fundação Karnig Bazarian, uma enquete popular, que obteve os seguintes resultados:

Terra da Cultura e Cultura da Terra - 35,7 %
Atenas do Sul - 32,4 %
Terra das Escolas - 28,6 %
Nenhum dos nomes - 3,3 %

Possivelmente, por não ter havido, na pesquisa realizada, uma vitória significativa, sobrepondo algum cognome aos demais, o Projeto de Lei foi retirado, deixando de ser oficializado o cognome de Itapetininga.

Santa Padroeira : A santa padroeira de Itapetininga é Nossa Senhora dos Prazeres.

Histórico: O papel da mineração na vida colonial brasileira foi extremamente significativo. "Durante três quartos de século ocupou a maior parte das atenções da população da terra e, em especial, da metrópole, pois as descobertas foram se multiplicando até meados do século dezoito, quando atinge sua maior área de expansão geográfica e alcança o mais alto nível de produtividade". (1)

A atividade mineradora, à época, estruturou o "Século de Ouro", cuja conseqüência principal foi o deslocamento do eixo econômico da Colônia, que passou das regiões açucareiras para a das minas. Em 1763, a capital da Colônia é transferida da Bahia para o Rio de Janeiro, o que, entre outras vantagens, passa a facilitar não apenas a comunicação, mas também a fiscalização do produto das minas.

Nesse contexto, o afluxo populacional de habitantes da terra para a região das Gerais é bastante expressivo. "Em poucos anos povoa-se, esparsamente, é verdade – uma área de dois milhões de quilômetros quadrados, na qual se distribuem pequenos núcleos, separados entre si por longas distâncias". (2)
"Abastecer a população concentrada nas minas e na nova capital tornou-se, então, um problema, sobretudo no que se referia ao transporte, já que o carro-de-bois, a carroça ou outro qualquer veículo não podia adaptar-se à acidentada topografia, e o cavalo não possui qualidades de cargueiro para suportar largos percursos sob carga considerável. A dificuldade que representa estabelecer-se um sistema de transportes eficiente e econômico, em região de difícil acesso e tão irregularmente ocupada, levará à procura de meio de transporte que possa solucionar o problema. Avulta, então, o Ciclo do Tropeirismo, que vem resolver a questão". (3)

Em virtude dessa situação, a partir de 1730, ou mesmo antes, teve início o que se pode chamar de exportação de animais, do extremo sul para as regiões centrais do Brasil. A partir dessa época, inúmeras cabeças de gado, oriundas das planícies do sul, chegam às terras de São Paulo e são distribuídas para outras regiões, após terem sido negociadas nas feiras anuais de Sorocaba, que se tornaram célebres. "As Feiras de Muares de Sorocaba se tornaram famosas no Brasil todo, sendo comentadas por quantos intelectuais, quer nacionais, quer estrangeiros, passaram por nossa cidade. Dos primeiros, podemos citar Paulo Eiró, o poeta. (...) Dos alienígenas, merece destaque o francês Saint-Hilarie. (...) Os tropeiros partiam das campanhas gaúchas tão logo terminasse o inverno, quando os pastos, ressequidos pelas geadas, rebrotavam. Viajavam lentamente, parando mais nos locais em que as pastagens fossem melhores, como no sopé da Serra de Santa Catarina, menos onde houvesse escassez de capim. Isso fazia com que a mulada chegasse aqui em boas condições, o que propiciaria melhores preços. Normalmente, em fins de março, as tropas já se encontravam nos campos que iam desde Sorocaba até Itapetininga, fechadas em um encosto. Encosto era o nome que se dava a um lugar apertado entre dois rios, entre rios e montanhas, barrancos ou matas cerradas, deixando apenas o lado da entrada para que os peões procedessem à ronda contínua, a fim de evitar o extravio dos animais ou que se entreverassem com as tropas alheias". (4)

Em 1730, ao coronel Cristóvão Pereira de Abreu coube a abertura de um caminho – o Caminho do Sul, por onde seriam trazidos os animais, objetivando favorecer o escoamento da produção e intensificar o comércio.

Um dos locais utilizados para pouso (pernoite) pelos tropeiros, ficava à beira do rio Itapetininga – o Porto de Itapetininga. Este fato, a nível de pesquisa histórica é plenamente constatado: em 1886, por ordem do Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira, então presidente da Província, foi realizada uma exploração dos rios Itapetininga e Paranapanema; o engenheiro responsável por essa tarefa, Theodoro F. Sampaio, em relatório datado de 1889, assim se expressa: "A treze, chegávamos a Itapetininga, situada em posição aprazível, no meio de belíssimos campos e, a pouco mais de seis quilômetros distante do Rio Itapetininga, que lhe fica ao sul". (5) Nesse local, como bem explica Antônio Galvão Júnior, "está o embrião da história de nossa terra". (6) Segundo comenta o professor Antônio Antunes Alves, "em documentos impressos encontra-se o nome desse porto, na sesmaria do ituano Ângelo Cardoso dos Campos, passando por Dom Rodrigo César de Menezes, a 22 de março de 1726". (7)

Fundação - 05 de novembro de 1770
Elevação à Vila - 06 de novembro de 1771
Elevação à Sede de Comarca - 17 de julho de 1852
Elevação à Cidade - 13 de março de 1855

Bibliografia Consultada:
(1) JOB, Vera Ravagnani. Algumas considerações sobre o Ciclo do Ouro e o Tropeirismo. In: BONADIO, Geraldo.O Tropeirismo e a formação do Brasil. Sorocaba, Academia Sorocabana de Letras/Fundação Ubaldino do Amaral, 1984, p. 12.
(2) JOB, Vera Ravagnani. Algumas considerações sobre o Ciclo do Ouro e o Tropeirismo. In: BONADIO, Geraldo.O Tropeirismo e a formação do Brasil. Sorocaba, Academia Sorocabana de Letras/Fundação Ubaldino do Amaral, 1984, p. 12.
(3) JOB, Vera Ravagnani. Algumas considerações sobre o Ciclo do Ouro e o Tropeirismo. In: BONADIO, Geraldo.O Tropeirismo e a formação do Brasil. Sorocaba, Academia Sorocabana de Letras/Fundação Ubaldino do Amaral, 1984, p. 12.
(4) VIEIRA, Rogich. A Feira de Muares em Sorocaba . In: BONADIO, Geraldo. OTropeirismo e a formação do Brasil. Sorocaba, Academia Sorocabana de Letras/Fundação Ubaldino do Amaral, 1984, p. 33.
(5) SAMPAIO, Theodoro F. Relatório apresentado ao Dr. Pedro Vicente de Azevedo,Presidente da Província de São Paulo em 1886, referente à exploração dos rios Itapetininga e Paranapanema. São Paulo: Comissão Geográfica e Geológica da Província de São Paulo, 1886, p. 1.
(6) GALVÃO JÚNIOR, Antônio. Itapetininga e sua história. São Paulo: Gráfica Biblos Ltda., 1956, p. 10.
(7) ALVES, Antônio Antunes. Vamos contar uma história... a nossa. In: Folha de Itapetininga, edição especial n.

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